Coração Aberto

domingo, 16 de dezembro de 2012



A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você poderia ficar na sala e eu no quarto sem te ver, mas nos veríamos depois. Você poderia ir para a faculdade e eu para o dentista, mas voltaríamos a nos encontrar no dia seguinte. Contudo, quando o amor de um se esfria, ou torna-se menos, ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se você continua preferindo sol do que chuva. Não saber se continua sem fazer barba por causa daquela alergia. Não saber se eu ainda uso aquele vestido que me deu. Não saber se foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se tenho me alimentado direito, se você tem praticado às aulas de inglês, se eu continuo amando coca-cola; se você continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se eu continuo a chorar até nas comédias.. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se você está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não saber se está feliz e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso.. É não querer saber se está mais magro, se estou mais bela. Saudade é querer saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo, e o que provavelmente está sentindo agora depois que acabou de ler... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário