A saudade mais dolorida é
a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da
presença e até da ausência consentida. Você poderia ficar na sala e eu no
quarto sem te ver, mas nos veríamos depois. Você poderia ir para a faculdade e
eu para o dentista, mas voltaríamos a nos encontrar no dia seguinte. Contudo,
quando o amor de um se esfria, ou torna-se menos, ou quando alguém ou algo não
deixa que esse amor siga, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como
deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se você continua
preferindo sol do que chuva. Não saber se continua sem fazer barba por causa
daquela alergia. Não saber se eu ainda uso aquele vestido que me deu. Não saber
se foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se tenho me
alimentado direito, se você tem praticado às aulas de inglês, se eu continuo
amando coca-cola; se você continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se
eu continuo a chorar até nas comédias.. Saudade é não saber mesmo! Não saber o
que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar
tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de
uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade
é não querer saber se você está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não saber
se está feliz e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso.. É não
querer saber se está mais magro, se estou mais bela. Saudade é querer saber de
quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive
escrevendo, e o que provavelmente está sentindo agora depois que acabou de
ler...
domingo, 16 de dezembro de 2012
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